O que é a diversidade geracional e quais impactos ela gera no ambiente de trabalho?
Não há dúvidas de que a manutenção de um ambiente de trabalho diverso beneficia a todos. Com a inclusão, tanto a empresa quanto os colaboradores só têm a ganhar graças à abertura a diferentes visões de mundo. Mas onde a diversidade geracional entra em tal dinâmica?
Embora seja algo deixado de lado em muitos casos, abrir espaço para pessoas de diferentes faixas etárias também gera uma série de impactos positivos. Desse modo, vale entender melhor de que forma é possível consolidar mais essa perspectiva em torno da diversidade.
O conceito de diversidade geracional
O conceito de diversidade geracional aponta para a necessidade de manter no ambiente de trabalho pessoas de diferentes faixas etárias. Tal forma de organização deve levar em conta que, atualmente, as pessoas têm condições de trabalhar até mais tarde, postergando a aposentadoria. Isso se deve, em parte, a aspectos como a elevação da expectativa de vida e a redução da natalidade, que aumentam a proporção de pessoas mais velhas em idade de trabalho, inclusive no Brasil. Dessa forma, várias gerações podem e devem se mesclar no ambiente de trabalho.
Em um exemplo simples, uma mesma empresa pode contar com funcionários da geração dos baby boomers, nascidos entre 1945 até meados dos anos 60, e colaboradores mais novos, como os millennials, nascidos entre os anos 1980 e 1990, ou mesmo da geração Z, nascidos a partir da virada do século e que estão começando agora suas carreiras.
Pessoas de diferentes faixas etárias acumulam trajetórias próprias, devido à realidade social, econômica ou mesmo tecnológica atrelada ao momento que elas nasceram e cresceram. Por consequência, é esperado que pessoas de gerações distintas reajam de maneiras diferentes diante de determinadas situações ou proponham outras soluções.
Leia também: Clima organizacional e tudo o que você precisa saber sobre o tema
Os desafios para sua consolidação
Ainda que incentivar a diversidade geracional seja algo relevante para qualquer empresa, o intercâmbio entre faixas etárias variadas pode gerar alguns atritos e gargalos. Logo, é preciso saber lidar com esses possíveis problemas, que podem dificultar a manutenção de um ambiente de trabalho saudável
Modo de trabalhar
Em geral, as novas tecnologias estão na base das diferenças no modo de trabalhar em cada faixa etária. Essa é uma barreira comum para a integração plena. Isso não é uma regra, claro, mas é esperado que os modelos de organização sejam diferentes entre profissionais mais velhos e mais novos.
Regimes de trabalho remoto ou híbrido podem ilustrar isso. Enquanto aqueles chamados de “nativos digitais” têm mais facilidade em adotar novas ferramentas, elas podem ser uma barreira para quem não convive com alguns tipos de tecnologia desde cedo. Adicionalmente, as trajetórias educacionais e acadêmicas de cada geração podem ser outra fonte de descompasso. Com o passar do tempo, os currículos e cursos de cada tipo de formação foram alterados, principalmente pelas mudanças geradas pela tecnologia.
Em outro ponto de vista, as diferentes gerações podem ter concepções diferentes a respeito do sucesso na carreira ou sobre o espaço que o trabalho ocupa na vida de cada um.
Comunicação
Mesmo em processo mais simples, a diferença entre as gerações pode gerar ruídos. É o caso da comunicação. Ao combinar pessoas das mais diferentes idades no mesmo ambiente, elas precisam se adaptar e encontrar formas eficazes de se comunicar em prol do objetivo em comum.
É natural que pessoas da geração Z prefiram resolver um assunto por meio de troca de mensagens instantâneas, por exemplo. Em contrapartida, pessoas de outras gerações podem privilegiar conversas face a face e a relevância de solucionar determinada pendência por meio de uma reunião focada na pauta em questão.
Etarismo
Por fim, as empresas devem reforçar o cuidado para que a mescla de diferentes gerações no ambiente de trabalho não abra espaço para o etarismo. Na prática, esse tipo de discriminação reforça o discurso de que pessoas mais velhas são incapazes de realizar determinadas atividades e não podem ser úteis à sociedade.
Acima de tudo, é preciso deixar claro que envelhecer é um processo natural e que integrar pessoas mais velhas traz benefícios perceptíveis, uma vez elas contribui de maneira profunda independentemente do posto que venham a ocupar.
Leia também: Benefícios corporativos: porque oferecê-los a seus colaboradores
7 benefícios da diversidade geracional
Repensar os parâmetros de contratação e promover a diversidade geracional traz inúmeras vantagens. Entre as que mais chamam a atenção estão:
- Intercâmbio constante, facilitando a abordagem dos desafios a partir de diferentes visões de mundo;
- Valorização de diferentes habilidades;
- Aumento na capacidade de inovação;
- Ganhos de produtividade;
- Maior capacidade de retenção de talentos;
- Melhoria do clima organizacional;
- Reconhecimento do mercado, que cada vez mais demanda práticas socialmente responsáveis.
É claro que o fortalecimento de uma política de diversidade como essa precisa ser planejada com cuidado. Desse modo, a empresa deve assegurar uma série de medidas com o intuito de garantir que a integração das gerações se dê da melhor forma possível. Portanto, investir em treinamentos constantes, definir protocolos de comunicação, repensar benefícios e ajudar nas estratégias de gestão de pessoas estão entre algumas das ações indispensáveis.
Assim sendo, compreender e valorizar a diversidade geracional é um item que deve estar na agenda de qualquer empresa. Embora possa haver desafios no percurso, os resultados tendem a ser promissores e fazem com que toda dedicação seja recompensada.
Aproveite para saber mais sobre o conceito de ESG e entenda de que forma as empresas podem acolher essas ações.