É inegável que o avanço da medicina disponibilizou aos pacientes tratamentos capazes de alterar o curso dos mais diferentes quadros. Ao mesmo tempo, o custo financeiro dessas inovações é alto, fazendo que o acesso e o equilíbrio financeiro dos sistemas de saúde se transformem em desafios. Nesse contexto, equacionar todas essas questões é parte essencial do que é chamado de farmacoeconomia.
Na prática, esse campo de estudo tem como foco aumentar a eficiência do gerenciamento dos recursos em saúde sem que isso signifique a falta de assistência necessária para o paciente. Logo, programas de benefícios em medicamentos, conhecidos como PBM, podem desempenhar um papel importante.
A definição do conceito de farmacoeconomia
A farmacoeconomia une o conhecimento acumulado pelas ciências farmacêuticas com a economia, levando em conta que medicamentos são insumos essenciais. A partir disso, esse campo de conhecimento permite que sejam ponderados e estimados os custos da introdução de diferentes terapias medicamentosas. No fim, isso é vantajoso para pacientes, para profissionais de saúde e para os sistemas de saúde.
Todavia, a farmacoeconomia deve levar em conta que quando se trata da saúde, nem todo custo pode ser mensurado de forma absoluta, apenas pelo valor monetário de um remédio. Um exemplo simples dessa afirmação envolve aspectos relativos à qualidade de vida e ao bem-estar. Indo mais além, é possível estender esse raciocínio a uma série de ganhos de produtividade, uma vez que o tratamento adequado pode contribuir para a redução da perda de capacidade de trabalho.
Assim, a aplicação adequada da farmacoeconomia diz respeito a não só a gerar a otimização dos recursos com a prescrição de terapias medicamentosas, como também garantir que elas sejam efetivas perante o que custam (direta e indiretamente) e estejam disponíveis sem onerar de forma exagerada pacientes e sistemas de saúde.
No mais, os estudos de farmacoeconomia devem considerar ainda os mecanismos de financiamento dos custos dos medicamentos, do equilíbrio entre oferta e demanda desses recursos e a regulação do mercado farmacêutico, incluindo a implementação de medidas que fortaleçam o uso racional de medicamentos.
A contribuição dessa área no acesso ao tratamento medicamentoso adequado
A aplicação dos conhecimentos da farmacoeconomia deve ser feita sempre com base em análises que buscam ampliar o custo perante o benefício, a efetividade ou a utilidade do tratamento ou ainda para minimizar os custos de acesso a um medicamento.
Como um exemplo simples dessa dinâmica de cálculo dos custos, imagine o tratamento de um paciente com hipertensão arterial. Essa condição crônica pode exigir o uso de determinados medicamentos pela vida toda. Diante das opções de anti-hipertensivos no mercado, o médico pode optar por alternativas mais baratas, mas que podem não garantir os melhores resultados no tratamento. Por outro lado, medicamentos mais eficientes, ainda que um pouco mais caros, podem oferecer um controle melhor da condição.
Assim, mesmo que seja necessário um desembolso financeiro um pouco maior com o medicamento mais caro, esse custo é contrabalanceado por uma efetividade maior do tratamento. No longo prazo, isso contribui para o melhor controle da hipertensão, reduzindo as inúmeras complicações associadas ao descontrole do quadro.
Outro exemplo dos cálculos que podem ser feitos com a aplicação da farmacoeconomia está no uso das vacinas. Embora elas tenham um custo, principalmente quando se leva em conta o tamanho do público atingido por uma campanha, a distribuição de vacinas pelos sistemas de saúde tende a reduzir despesas e diminuir os gargalos graças à prevenção dos quadros mais graves de uma série de doenças.
É claro que nem sempre os cálculos de custo e efetividade da introdução de um tratamento são simples. Muitas vezes eles envolvem variáveis subjetivas e podem exigir a utilização de outros indicadores (como de anos ajustados pela qualidade de vida, por exemplo).
A farmacoeconomia e os programas de benefícios em medicamentos
De forma resumida, programas de benefícios em medicamentos (ou PBM) oferecem descontos ou cobrem os custos com medicamentos conforme a necessidade do beneficiário. Esses benefícios podem estar associados a planos de saúde ou a oferta de outros recursos para fortalecer o bem-estar.
Em todo o caso, logo de cara eles contribuem para que o paciente tenha acesso ao tratamento prescrito de forma mais cômoda e econômica. Associado ao suporte adequado, isso contribui para ampliar a adesão à terapia medicamentosa. Em paralelo, quem disponibiliza o benefício também obtém retornos valiosos com tal investimento. Entre eles estão:
- Redução com custo de tratamentos mais complexos (como internações, por exemplo),
- Diminuição da pressão sobre os sistemas de saúde, tanto públicos quanto privados;
- Garantia da continuidade dos tratamentos, fundamental principalmente para pacientes crônicos;
- Redução do desperdício e reforço do uso racional de medicamentos;
- Ampliação da qualidade de vida e do bem-estar;
- Ganhos de produtividade.
Em suma, a farmacoeconomia é um campo do conhecimento capaz de fornecer parâmetros para que as melhores decisões sejam tomadas em diferentes contextos. Assim, o processo de avaliação dos benefícios sobre o uso e até mesmo a implementação de novas terapias ganha uma base mais sólida, garantindo que os recursos disponíveis sejam mais bem aproveitados pela sociedade como um todo.
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