Você já sentiu que está sempre cansado, mesmo depois de descansar? Ou que não é competente o suficiente para o que a empresa onde trabalha espera de você? Esses podem ser sinais da síndrome de burnout, um distúrbio ligado ao esgotamento físico e emocional causado por condições crônicas de estresse no trabalho, o que vem crescendo de forma alarmante no Brasil.
Os afastamentos por transtornos mentais aumentaram 68% nos últimos dez anos, alcançando quase meio milhão de afastamentos das empresas em 2024, causados principalmente por quadros de depressão e ansiedade. O levantamento mostra ainda que foram 4 mil licenças por burnout, mas especialistas apontam que o número pode estar subnotificado pela dificuldade do diagnóstico. Essas estatísticas evidenciam o peso das pressões do trabalho moderno: jornadas longas, metas agressivas, sobrecarga constante e pouco espaço para pausas ou acolhimento.
Neste artigo, você vai entender o que é burnout, quais são seus sintomas e impactos, se a síndrome tem cura, como é feito o tratamento e, principalmente, como prevenir o problema antes que cause danos duradouros à saúde e à produtividade.
O que é a síndrome de burnout?
A síndrome de burnout, também chamada de esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico relacionado ao contexto de trabalho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela é classificada como um fenômeno ocupacional resultado de estresse crônico no trabalho que não foi adequadamente administrado.
A OMS, por meio da Classificação Internacional de Doenças (CID‑11), destaca três dimensões principais:
- Exaustão emocional: sensação intensa de cansaço mental e físico, mesmo após descanso.
- Despersonalização: distanciamento emocional em relação ao trabalho, muitas vezes acompanhado de cinismo ou atitudes negativas.
- Queda no desempenho profissional: sensação de ineficácia, desmotivação e incapacidade para realizar tarefas.
A síndrome de burnout é reconhecida como uma condição ocupacional e incluída no Código Internacional de Doenças da OMS. A mudança, que entrou em vigor no início de 2025 no Brasil, garante aos trabalhadores diagnosticados com a síndrome os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários previstos para outras doenças relacionadas ao trabalho.
Embora qualquer trabalhador possa ser afetado, alguns grupos são mais vulneráveis:
- profissionais da saúde;
- educação, atendimento ao público;
- forças de segurança;
- líderes com alta carga de metas;
- quem vive sob intensa pressão por resultados.
No Brasil, a gravidade do tema ganha destaque com dados recentes: segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), cerca de 30% das pessoas ocupadas apresentam sintomas de burnout, o que coloca o país entre os com maior prevalência dessa condição no mundo.
Esses números mostram que o burnout é mais comum do que se imagina, e reforçam a necessidade de estratégias de prevenção e cuidado.
Sintomas e sinais de alerta
A síndrome de burnout não surge de uma hora para outra. Ela costuma se desenvolver de forma gradual, e justamente por isso é importante reconhecer os sinais antes que o esgotamento chegue em níveis críticos.
Além das dimensões destacadas pela OMC, segundo a Associação Internacional de Gestão do Estresse (ISMA-BR), representante da International Stress Management Association no Brasil, os sintomas do burnout podem ser divididos em três grandes grupos:
Sintomas físicos:
- cansaço excessivo (físico e mental);
- dor de cabeça frequente;
- alterações no apetite;
- insônia;
- fadiga persistente;
- pressão alta;
- dores musculares (especialmente em ombros e pescoço);
- problemas gastrointestinais;
- alteração nos batimentos cardíacos.
Sintomas emocionais:
- sentimentos de fracasso e insegurança;
- negatividade constante;
- sentimentos de derrota, desesperança e incompetência;
- alterações repentinas de humor.
Sintomas comportamentais:
- dificuldade de concentração;
- isolamento social e distanciamento das atividades.
Síndrome de burnout tem cura?
Sim, a síndrome de burnout pode ter cura, mas o processo de recuperação exige acompanhamento profissional, mudanças reais no estilo de vida e, em muitos casos, ajustes no ambiente de trabalho.
Burnout não é apenas “cansaço”. Por isso, tratar o burnout não se limita a descansar por alguns dias ou tirar férias. O tratamento precisa considerar os fatores que causaram o esgotamento, além de aliviar os sintomas. A boa notícia é que existem caminhos para isso e o primeiro passo é buscar ajuda com profissionais da saúde.
A seguir, listamos os principais tipos de tratamento recomendados por profissionais de saúde mental e adotados como referência por instituições como a OMS e a ISMA-BR.
Psicoterapia
A psicoterapia é considerada uma das formas de tratar o burnout, especialmente quando conduzida por um profissional com experiência em saúde mental ocupacional.
A psicoterapia permite desenvolver habilidades de enfrentamento, aprender a estabelecer limites e resgatar o senso de propósito e equilíbrio. Além disso, o espaço terapêutico é muito importante para que o paciente se sinta ouvido e validado em sua experiência, algo muitas vezes negligenciado no dia a dia.
Acompanhamento psiquiátrico
Em casos mais intensos ou prolongados, o acompanhamento com um psiquiatra pode ser necessário. O burnout pode se sobrepor a quadros de depressão, ansiedade generalizada, insônia crônica e outras condições que exigem avaliação médica.
Quando indicado, o uso de medicação ajuda a controlar sintomas e possibilita que o paciente recupere estabilidade para avançar com outras etapas do tratamento. Remédios não substituem a terapia, mas podem ser um suporte em momentos específicos.
Mudanças no estilo de vida e na rotina de trabalho
Cuidar da saúde mental também passa por reorganizar hábitos e prioridades. O burnout muitas vezes surge quando a rotina está desbalanceada: excesso de horas de trabalho, falta de descanso, alimentação desregulada e ausência de lazer são fatores que alimentam o ciclo do esgotamento.
Mudanças como estabelecer horários mais saudáveis, incluir pausas durante o dia, criar rituais de autocuidado e aprender a dizer “não” para algumas demandas excessivas são atitudes simples, mas poderosas.
Intervenções no ambiente de trabalho
A pessoa com essa condição pode fazer sua parte, mas, se a empresa não se comprometer com um ambiente mais saudável, a cura se torna mais difícil.
Organizações que valorizam a saúde mental atuam na prevenção e no acolhimento dos colaboradores: oferecem escuta ativa, respeitam os limites dos profissionais, ajustam metas e investem em programas de bem-estar. A NR-1 (Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho) atual reforça esse dever das empresas, exigindo medidas de proteção à saúde mental no ambiente corporativo.
Prática de atividades físicas e técnicas de relaxamento
A atividade física regular tem efeito na regulação do humor, do sono e da energia. Exercícios aeróbicos, como caminhadas, corridas leves ou dança, estimulam a liberação de endorfinas e serotonina, neurotransmissores que ajudam a aliviar os sintomas do burnout.
Além disso, técnicas de relaxamento como respiração profunda, alongamentos e exercícios de relaxamento muscular progressivo ajudam a reduzir a tensão física acumulada pelo estresse.
Não se trata de desempenho, mas de movimento: o importante é encontrar uma prática que funcione para cada pessoa e incluí-la de forma leve na rotina.
Melhoria da qualidade do sono
Dormir mal, acordar cansado ou ter dificuldades para adormecer são sintomas comuns em pessoas com burnout e também são fatores que agravam o quadro.
Por isso, melhorar a higiene do sono ajuda no processo de recuperação. Por exemplo: evitar telas antes de dormir, criar um ambiente escuro e silencioso, manter horários regulares para se deitar e acordar, e evitar cafeína ou refeições pesadas à noite.
Apoio social
Burnout muitas vezes vem acompanhado de isolamento. Por isso, reconstruir ou fortalecer os laços sociais é parte importante do tratamento.
Conversar com amigos, familiares ou colegas de confiança, participar de grupos terapêuticos ou redes de apoio pode oferecer escuta, acolhimento e a sensação de que a pessoa não está sozinha, algo importante para a recuperação emocional.
Além disso, empresas que promovem uma cultura de colaboração, empatia e pertencimento ajudam diretamente a fortalecer a saúde mental dos colaboradores.
Como as empresas podem (e devem) prevenir o burnout
A prevenção do burnout é uma responsabilidade que vai além do indivíduo, ela começa dentro das empresas. A NR-1, do Ministério do Trabalho, reforça que organizações têm o dever legal de promover ações de saúde mental, prevenindo riscos psicossociais no ambiente profissional.
Para isso, é essencial adotar boas práticas no dia a dia: incentivar pausas reais, promover uma cultura de diálogo aberto, garantir ambientes seguros e acolhedores e cultivar a escuta ativa com os colaboradores.
O papel do RH é estratégico nesse processo, criando políticas de bem-estar, acompanhando indicadores de saúde e oferecendo suporte contínuo. Já a liderança precisa dar o exemplo: respeitar limites, reconhecer sinais de esgotamento e atuar com empatia.
Quando a cultura organizacional valoriza o cuidado, a prevenção do burnout se torna possível e o trabalho se transforma em um espaço mais saudável para todos.
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A síndrome do burnout tem tratamento, mas a prevenção é sempre o melhor caminho. Para isso, contar com soluções de saúde integradas, como o Oxy da epharma, faz toda a diferença.
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