Os desafios e as soluções para ampliar a adesão ao tratamento em terapias de longo prazo
A discussão em torno do sucesso no processo de adesão ao tratamento, sobretudo medicamentoso, deve envolver inúmeros fatores. Isso porque existe uma complexidade que engloba desde a compreensão do diagnóstico, passando pelo entendimento da necessidade de mudanças no estilo de vida e uso contínuo de determinados fármacos.
Em outras palavras, não é simples fazer com que determinados indivíduos aceitem que a manutenção do tratamento é insubstituível para a preservação de uma boa qualidade de vida, principalmente por conta da prevenção das complicações associadas às doenças crônicas. Portanto, é preciso dedicação de todos os agentes envolvidos nesse processo, desde profissionais da atenção primária em saúde até a cadeia que cuida da jornada de cuidado do paciente.
Aspectos que influenciam na adesão ao tratamento
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em países desenvolvidos, até 50% dos pacientes com doenças crônicas deixam de seguir o tratamento adequado para o controle das enfermidades previamente diagnosticadas. A entidade aponta que esse número pode ser ainda maior em países em desenvolvimento, como o Brasil.
Tal dado deve servir como referência para superar a noção de que tomar um remédio é algo simples. Vários componentes podem influenciar no processo de decisão que leva um indivíduo a seguir a prescrição ou simplesmente ignorá-la.
Em casos mais simples, é possível considerar que o paciente apenas esquece o horário do medicamento. Isso pode ser ainda mais relevante em regimes de polifarmácia. Nessas circunstâncias, o alto número de fármacos pode tornar o tratamento complexo e difícil de acompanhar.
De todo modo, cabe também considerar quando a falta de adesão é resultado de outros elementos que fazem com que haja interrupção das terapias prescritas. Entre alguns deles estão:
- Fatores socioeconômicos, que dificultam o acesso ao medicamento.
- Deficiências na comunicação entre médico e paciente, que desencadeiam uma incompreensão sobre a necessidade do tratamento ou a gravidade da doença.
- Presença de efeitos colaterais incômodos.
- Falta de acompanhamento e orientação do paciente, que faz com que ele tenha dificuldade em administrar as doses na quantidade e no momento correto.
No longo prazo, o abandono desse cuidado pode elevar o risco de complicações potencialmente graves. Tais quadros têm reflexos tanto do ponto de vista individual, graças ao comprometimento da qualidade de vida, quanto coletiva, uma vez que elevam os custos dos sistemas de saúde.
A importância da reformulação da jornada do paciente
A partir do momento em que as falhas na adesão ao tratamento muitas vezes surgem de lacunas na interação entre médico e paciente, repensar os pilares dessa trajetória de cuidado pode ajudar na superação de gargalos.
Nesse cenário é que as experiências centradas no paciente (ou baseadas no conceito de patient centricity, na expressão em inglês) são passos importantes em direção ao aprimoramento necessário.
Na prática, como o nome sugere, isso envolve adotar medidas que coloquem no processo de decisão a perspectiva do paciente em todas aquelas ações, considerando sempre suas necessidades e preferências.
Quem nunca foi a um médico, por exemplo, e ao receber uma prescrição de um medicamento ficou com uma série de dúvidas? Ou teve um efeito colateral e não soube como lidar com tal alteração e acabou interrompendo o tratamento sem receber a devida orientação?
Assim, uma jornada verdadeiramente centrada no paciente deve, de um lado, fornecer os insumos necessários para que ele possa seguir o tratamento.
De outro, toda abordagem deve incentivar seu empoderamento, colocando o indivíduo em um polo ativo no autocuidado, o que também contribui com a motivação e a disciplina necessária para a manutenção da adesão ao tratamento desejado.
Leia também: O papel da indústria farmacêutica na jornada do paciente crônico
Soluções que podem ampliar a adesão ao tratamento
Diante desses desafios, a epharma atua para desenvolver alternativas capazes de integrar os canais físicos e digitais em todas as etapas da jornada do paciente, principalmente no acompanhamento de doenças crônicas ou terapias que exijam intervenções mais complexas. Entre alguns dos recursos disponíveis estão:
- Programa de benefícios em medicamentos, que facilita a ampliação do acesso aos remédios necessários.
- epharmaBox, que encaminha os medicamentos necessários com a devida separação de doses, dia e horários e oferece suporte de um farmacêutico para orientar o uso correto dos fármacos.
- epharmaCare, serviço que personaliza a jornada do paciente para ampliar a aderência ao tratamento.
Em suma, a adesão ao tratamento é um desafio com múltiplas variáveis que se beneficia muito de abordagens centradas no paciente. Isso permite reconhecer fatores que influenciam a continuidade do tratamento e, posteriormente, desenvolver e implementar estratégias mais eficazes, como aquelas desenvolvidas pela epharma.
Aproveite e entenda melhor agora como a indústria farmacêutica pode aprimorar seus programas de acesso a medicamentos
Referências
O sujeito e seu cuidado: a questão da adesão à medicação
Adesão ao uso de medicamentos: algumas considerações
Factors associated with low adherence to medicine treatment for chronic diseases in Brazil